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O retorno do trabalho presencial

O retorno do trabalho presencial

A onda crescente da volta ao presencial reflete a crença de longa data na importância da presença física para o sucesso do trabalho. Entendimento que em muito se parece com a mentalidade, e aliás traz resquícios dos tempos escolares, além de ter sido reforçada como pilar da cultura corporativa por décadas.

Apesar do sucesso do trabalho remoto durante a pandemia, a presença física segue sendo uma métrica central. As Big Techs, por exemplo, lideram e reforçam essa crença.

Empresas como Google, JPMorgan, Davis Polk, Meta e Amazon estão impondo o retorno ao escritório como critério nas avaliações de desempenho. Incluindo consequências da ausência física bônus menores, e até mesmo demissões.

De forma geral, o que vemos é que as empresas estão pressionando pelo retorno ao trabalho presencial devido às várias razões, como: a necessidade de promover a colaboração.

A dificuldade na manutenção da cultura corporativa remotamente, a busca por um ambiente de trabalho mais produtivo e a retomada da inovação que surge do contato presencial.
Contudo, há muitos dados de pesquisa que também apontam para a vontade e produtividade de um grande percentual de trabalhadores para manutenção, ou ao menos flexibilidade do trabalho home office.

Esse, aparente impasse, tem saída. Mas é preciso entender antes e considerar alguns outros pontos relevantes para compreender analiticamente a situação.

Volta ao modelo presencial?

Não nos parece que a volta ao modelo presencial seja a total realidade e futuro das empresas. Apesar de percebermos formas de atrair os colaboradores em ações presenciais, a atuação inteiramente presencial não tem adesão e métricas necessárias para mantê-la como solução de sucesso.

Ao que tudo indica, e que também é nossa aposta e entendimento de acerto, é que o modelo híbrido se manterá firme e forte como solução e crescente adaptação das empresas.

O que temos observado é que o cenário atual do trabalho mostra uma divisão entre as empresas, que defendem o retorno presencial completo, e os colaboradores, que preferem o trabalho remoto ou híbrido. 

Contudo, (e, talvez, justamente por isso) o modelo híbrido tem ganhado destaque, sendo considerado ideal por grande parte das empresas e ainda mais pelos profissionais que buscam flexibilidade. 

 Tanto é que de acordo com a pesquisa do Índice de Confiança ROBERT HALF – ICRH, se houver imposição total do retorno presencial ao escritório, isso levará mais de 30% dos profissionais atuantes a procurarem novos empregos.

Fato, que claramente, representaria um desafio para as empresas lidarem com a contratação e treinamento.

Obs: cabe ainda, só apontar que o ICRH, de acordo com a própria descrição do Blog deles, “monitora o sentimento de recrutadores, profissionais empregados e desempregados com relação ao mercado de trabalho e economia atualmente e para os próximos seis meses”.

Inclusão como ponto chave

De forma geral, podemos compreender que as empresas estão forçando essa volta ao presencial porque é uma forma de garantir que todos estejam na mesma página. 

Fato que facilita a inclusão de todos os funcionários e evitando possíveis divisões ou exclusões que possam surgir com o trabalho remoto ou modelos híbridos.

Contudo, essas políticas de retorno ao trabalho presencial total estão gerando preocupações entre alguns grupos específicos de funcionários. Como pais com crianças pequenas, pessoas com deficiências e aqueles que precisam realizar longos deslocamentos até a empresa ou escritório. 

Para esses grupos, a obrigatoriedade do escritório pode aumentar a carga de trabalho e os desafios logísticos, afetando o equilíbrio entre vida pessoal e profissional. 

Por isso, a solução do trabalho híbrido é uma das melhores opções. Tendo em vista que esse formato proporciona um equilíbrio entre ambiente caseiro mais satisfatório e prático para grupos como pais e indivíduos com deficiência.

Mas ainda assim a empresa conta com a presença, em certos momentos dessas pessoas se integrando fisicamente ao resto do time.

Poder como ponto subjetivo

Se observarmos pelo lado da gestão e liderança, precisamos ainda considerar a relação real, mesmo que “abrandada” da necessidade de poder por parte da gestão das empresas.

Afinal é essencial não desconsiderarmos o fato das empresas estarem pressionando pelo retorno ao trabalho presencial. Alegando a importância da colaboração face a face para a inovação e o vínculo cultural, tem também intenções claras de controle.

São ações que, no fundo, revelam a necessidade de controle por parte dos empregadores, buscando reafirmar seu poder e manter a coesão corporativa. Mesmo que alguns trabalhadores prefiram opções mais flexíveis.

Big Techs retornando ao presencial

Como citamos, no início deste artigo, as grandes empresas estão adotando estratégias mais rígidas para promover o retorno ao trabalho presencial. 

Algumas, como Google, JPMorgan e Davis Polk, vinculam a presença no escritório a avaliações de desempenho e benefícios, como bônus. Outras, como Meta e Amazon, estão monitorando a presença dos funcionários e alertando sobre possíveis demissões caso não cumpram as políticas de frequência.

Essas ações vêm acompanhadas dos já conhecidos benefícios softs do ambiente presencial. Como comidinhas e bebidas disponíveis a todos, áreas de diversão, com brinquedos e objetos de lazer. Além de aulas ou momentos de relaxamento, com Yoga, massagens ou outras ações que despertem o interesse e o prazer do funcionário.

Para onde ir saindo do home office?

Para ter um escopo de exemplo, baseado em dados, podemos usar o estudo mais recente da Confindustria/Itália.

Revelando que 43% das empresas pesquisadas adotaram o home office em 2022, e nesse período cerca de 35,9% dos funcionários não gerenciais trabalhavam nesse formato. 

Nesta pesquisa vemos ainda que 76,1% das empresas encontraram benefícios no formato home office, com ganhos como: 

  • melhor retenção de talentos (44,7%);
  • redução do absenteísmo (42,1%). aumento na produtividade, de acordo com 40% dos respondentes;
  • 29,7% citaram melhoria na eficiência energética;
  • e ainda 24,1% mencionaram redução de custos relacionados ao espaço físico. 

No entanto, cerca de 30% das empresas em home office enfrentaram desafios. Principalmente em termos de comunicação entre funcionários (59,1%) e um menor senso de pertencimento dos trabalhadores em home office (33,7%).

Tendo esse cenário como pano de fundo, percebemos então que a solução mais equilibrada e racional possível é de fato a adoção do trabalho híbrido e suas inúmeras formas possíveis de execução.

Coworking como solução de equilíbrio

Percebemos que muitos colaboradores resistem a voltar ao escritório, valorizando a flexibilidade conquistada durante a pandemia. 

Contudo, há um evidente movimento das grandes empresas, como as empresas norte-americanas que têm oferecido benefícios extras aos funcionários, como refeições gratuitas e ajuda com transporte, para incentivarem o retorno. Porém o que se tem observado é que menos da metade estão aderindo ao formato. 

Vemos também iniciativas, como doações para instituições de caridade pela presença física, como feito pela Salesforce. E a pressão pela forma presencial das empresas renomadas, como o Google, Disney e Starbucks, têm sido observadas. 

Nesse mesmo sentido, no Brasil, empresas também estão considerando adotar ações similares e como saída e forma de equilíbrio dos desejos e investimentos, temos os espaços de coworking. 

Leia sobre Rede de Coworking no Brasil

Consolidando-se cada vez mais  como uma opção que equilibra custos e flexibilidade para as empresas, já que são espaços capazes de oferecer um ambiente compartilhado para os colaboradores e de menor custo para as empresas.

Flexibilidade ajudando ao retorno presencial

Fica, portanto, nosso entendimento e dica final de que a palavra do momento e que será a guia para os próximos semestres é “flexibilidade”.  Com a flexibilidade o time pode escolher o lugar, momento e como trabalhar.

O coworking tem sido uma das opções para esse modelo, justamente porque os serviços oferecidos, flexibilizam a rotina de trabalho tornando mais dinâmica. 

Com essa solução as empresas economizam financeiramente, conseguindo reunir a equipe em um ambiente diverso, propondo ao time um dia de coworking, criando relacionamentos.

A necessidade de contato (não necessariamente física) e de criar relações e laços ainda se mantém, criando novas formas. Contudo, a ideia dos coworking arrematam essa carência no espaço profissional, por meio de um ambiente compartilhado e diverso para que as pessoas tenham seu espaço fixo ou apenas passem pequenas temporadas, em que haja troca de ideias e contatos.”

Coworking, uma das melhores redes de networking

É essencial que as empresas invistam mais atenção nos processos flexíveis. Afinal, mesmo aquelas menos inclinadas ao trabalho remoto podem explorar um modelo híbrido equitativo e benéfico para colaboradores que preferem tanto o presencial quanto o remoto.

Um espaço flexível abre espaço para novas ideias, visões e oportunidades diferentes.

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