Sabemos que todo negócio tende a criar sua própria identidade. E isso ocorre em inúmeros aspectos, desde o nome da marca, o logotipo, a cultura da empresa, as pessoas envolvidas, os valores, até o espaço físico que a estrutura da empresa ocupa.
Seja numa mesa em casa ou em um espaço planejado especialmente para a atividade, independente, o endereço onde a empresa “existe” passa a ter uma importância muito grande não só para o desempenho da função, mas também na formação da sua identidade.
O espaço que a empresa ocupa costuma ser parte caraterística da sua “personalidade” e ele indica ainda muito da sua forma e da concepção das pessoas que estão ligadas àquele negócio e que vão ali conviver e desenvolver suas atividades.
Por isso, quando falamos de coworking, ou seja, especialmente dos espaços e das pessoas que formam empresas e negócios, estamos falando também sobre um conjunto de concepções, características e personalidades, que são trazidas à tona e potencializam a criação e o desenvolvimento de redes de networking. Esse contexto tem se mostrado promissor e numa crescente de eficiência.
Pensando nisso, separamos os principais pontos sobre networking dentro dos coworking, com dicas de como desenvolver e ampliar essa rede que ajuda empresas e negócios a crescer de forma conjunta.
Crescimento do empreendedorismo e nascimento dos coworking
Nos últimos tempos temos visto que o empreendedorismo tornou-se mais presente em nosso cotidiano. Muito, talvez, por conta do avanço e popularização da tecnologia, que impactou em novas demandas de produtos e serviços. Hoje é possível montar e gerir uma empresa de serviços, por exemplo, apenas com um computador e um ponto de conexão de internet.
E foi nesse contexto de mudanças, que surgiu, nos Estados Unidos, o conceito de espaço compartilhado: coworking. Espaços comuns onde muitas empresas ficam alocadas, dividindo custos e ampliando contatos e negócios. A modalidade foi importada e hoje no Brasil há milhares de unidades espalhadas nos grandes centros e no interior do país.
Recentemente, por conta da pandemia de COVID-19, a forma de trabalho foi ainda mais impactada. Para muitas empresas, o trabalho à distância foi testado e validado abrindo o leque para uma reorganização dos espaços de trabalho.
Para um profissional autônomo ou uma empresa, instalar-se num coworking traz ganhos muito importantes. O primeiro deles é o financeiro, afinal os custos são reduzidos, pois a estrutura é compartilhada.
Além disso, a troca de informações e os contatos entre as empresas residentes geram parcerias e negócios de maneira orgânica e muito rica.
Se você quer saber mais sobre Coworking, leia o texto “Por que Coworking?”
Network x Networking
Ter um negócio requer uma dedicação muito grande por parte das pessoas gestoras. Além das atividades operacionais e ligadas à administração da empresa, há sempre a necessidade de desenvolver mercado, soluções e novos clientes. Nesse quesito, ter uma rede de contatos movimentada é importante, isso é o que configura o chamado network.
Na verdade, network e networking são termos que já estão internalizados em nosso vocabulário, mas cabe lembrar que a diferença das palavras é bem simples: network é o sinônimo de rede de contatos (substantivo) e networking é o ato de buscar e aumentar o raio da rede (verbo).
Ter uma rede (network) bem desenvolvida é o fator de sucesso de muitos negócios, empresas e profissionais. Por isso, ter essa rede de contatos bem desenvolvida tende a gerar novas oportunidades, novos clientes ou ainda ajudar a desenvolver parcerias importantes na melhoria e execução do negócio.
Por isso, estar num ambiente ocupado por empresas de segmentos e realidades diversas, como acontece no coworking, propicia trocas e descobertas que geram resultados positivos para as organizações.
Construir uma rede de contatos (network) é algo que exige investimento de tempo e energia. É preciso estar antenado em eventos e pessoas. No ambiente compartilhado — os coworking — a construção de network ocorre quase que “de maneira natural”, seja num bate papo rápido durante o cafezinho na cozinha, seja numa troca com seu vizinho de estação/sala, fazendo com que o desgaste em tempo e energia seja muito menor, mas a rede contatos (o network) muito maior.
Networking
Tem uma frase clichê, que quase todos já ouvimos, que é a “a melhor propaganda é o “boca a boca”. A indicação é a forma de divulgação dos negócios que tende a ser mais eficiente.
Quem gosta, indica. Logo, o networking é uma estratégia de peso para mostrar as soluções que a empresa entrega, e também as pessoas que estão por trás, gerando confiabilidade.
Nos coworking essa prática é muito bem trabalhada. A comunidade é a todo tempo convidada a participar de eventos e situações nas quais a troca de ideias e informações existem, tornando mais fácil fazer networking.
Mas como podemos aproveitar esse ambiente tão rico para ampliar os horizontes de oportunidades e aumento de rede?
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Dia a dia
No ambiente dos escritórios compartilhados, o espaço por si só já promove encontros e conversas, das mais improváveis. Momentos como o “cafezinho na recepção”, ou o “solzinho no jardim” podem promover encontros com pessoas e empresas diversas. Essa troca fortalece a rede.
Um fator importante do networking é que esse seja genuíno. Isso ocorre quando há identificação entre as pessoas e consequentemente entre as empresas.
Só indicamos e confiamos em serviços e produtos que conhecemos e/ou já tivemos certo contato e experiência.
Você pode não ser um cliente direto do seu vizinho de sala ou estação de trabalho, mas quando alguém da sua rede de clientes ou fornecedores precisar de determinado produto ou serviço, você poderá indicá-lo e assim promover negócios para a sua rede.
Da mesma forma que você poderá ser lembrado e também ser indicado. Então, no ambiente de coworking, a todo momento você pode construir e aumentar sua rede!
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Bater na porta do vizinho
Sim, apesar de toda a dinâmica que os coworking promovem para que o networking aconteça, ainda sim pode ser necessário que sejamos mais ativos.
Promover reuniões mais descontraídas com empresas e pessoas específicas para conhecer seus produtos, serviços, seu funcionamento como um todo, fortalece a rede e cria laços ricos para as organizações. Bater na porta do vizinho e agendar um café de 30 minutinhos de maneira mais intimista é uma dica de ouro.
Para além dessas conversas tête-à-tête, promover eventos “próprios” é outra forma de impactar a comunidade e ser visto. Agende um horário no “anfiteatro” e dê uma palestra sobre um tema inerente à sua atividade.
Essa transferência de informação e conhecimento para as outras empresas é uma via de mão dupla para agregar visões e aprendizados.
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Ajuda- SOS
A rede de contatos que é construída no coworking pode ser aproveitada não somente para negócios e parceiros, mas para facilitar alguns caminhos. Dividir uma necessidade ou desafio que a empresa esteja passando com a rede ou com pessoas/empresas específicas é muito benéfico.
Essa troca pode potencializar a resolução de problemas. Muitas vezes os problemas que as empresas passam ao longo da existência de sua operação são comuns a outras empresas (claro, guardadas as proporções). Quando temos uma rede para expor e ouvir opiniões e as soluções já tomadas por eles, é possível chegar em tomadas de decisões mais assertivas.
Para além de questões mais profundas e difíceis, há a troca dia a dia, aquele “help” mais rápido e simples, como o empréstimo de algum item!
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Eventos
Quando falamos de coworking, além da divisão do espaço (que implica em menos custos individuais), sempre vem à mente o senso de comunidade. Uma prática bastante viva nos escritórios é o fomento de momentos de trocas, seja de maneira mais formal ou seja para lazer e divertimento.
Esses tipos de eventos podem acontecer, basicamente, de duas formas: informais e formais
- Eventos informais:
São os tipos de eventos que acontecem como rodas de conversas ou refeições conjuntas, por exemplo cafés da manhã ou lanches da tarde, datas comemorativas e etc. Esses tipos de eventos são promovidos para que a comunidade esteja em contato de maneira descontraída, mas em espaços que haja cada vez mais trocas entre as pessoas e os profissionais.
Afinal, para além do contato em si, a troca de experiências e pontos de vista sobre diversos assuntos é muito rico para a estratégia das empresas. Nesses momentos informais é possível conhecer outras realidades e olhar o mercado sob uma ótica diferenciada.
O ato de “abrir a cabeça” e “sair para pensar fora da caixa” passa a ser mais facilitado com o contato com pessoas e segmentos diferentes daqueles que se está inserido.
- Eventos formais:
Manter a comunidade ativa é uma ação necessária que exige mecanismos de engajamentos corriqueiros e diários, mas também estruturais e formais.
E, justamente, nesses dois últimos pontos — estruturais e formais — que entram os eventos formais. Tais como palestras, workshops, apresentações e outros tipos de promoções públicas que propiciem e ampliem os conhecimentos e trocas de informações e aprendizagem entre os participantes.
Nesse sentido, os coworkings, desempenham, um papel “estruturante” na promoção e fomento de eventos formais capazes de modo expandir a conexão da rede dos coworkers ali presentes, bem como de todos envolvidos nos eventos (como convidados e participantes), de forma que a comunidade se torna ainda mais forte.
Compartilhar para crescer
À medida que vamos evoluindo socialmente, mas principalmente, tecnologicamente, é óbvio que isso gera um impacto na maneira com que as pessoas e os negócios se relacionam.
A quebra de fronteiras que uma chamada de vídeo promove tem um impacto imensurável. Quantas distâncias são encurtadas, reduzindo desde custos monetários até aquela “saudade” de um ente querido.
Com a mudança de alguns paradigmas, o espaço de trabalho também sofreu mudanças. Hoje muitas profissões e funções são executadas com um computador conectado, basicamente, de qualquer local do planeta. Essa flexibilidade abre um horizonte de oportunidades gigantesco.
A necessidade de contato (não necessariamente física) e de criar relações e laços ainda se mantém, criando novas formas. Contudo, a ideia dos coworking arrematam essa carência no espaço profissional, por meio de um ambiente compartilhado e diverso para que as pessoas tenham seu espaço fixo ou apenas passem pequenas temporadas, em que haja troca de ideias e contatos.
A riqueza desses espaços está na diversidade de pessoas e segmentos de empresas que convergem no mesmo endereço. Oportunidades e visões diferentes são exploradas, gerando impacto e valor para os profissionais e seus negócios.
Há uma tendência, em que as organizações – independente de porte – se fechem em seu dia a dia operacional e nas problemáticas de seu segmento. Residir ou estar filiado a um coworking faz com que ocorra networking e trocas muito válidas e impactantes. É uma vivência que pode se adquirir em semanas que muitas empresas não conseguem obter em anos de existência.
Pesquise sobre escritórios na cidade base de sua operação, visite esses espaços e sinta a possibilidade de conexões que você e sua empresa possam ter. Experienciar a sinergia dessa rede pode ser um divisor de águas para seu negócio.

Autora Vamos Escrever, bacharel em Administração pela UNESP e pós-graduada em Gestão da Produção pela UFSCar, sempre desenvolveu trabalhos voltados para consultoria empresarial. Com conhecimentos em gestão financeira, operacional e estratégica, fundou a PH3 Consultoria, visando auxiliar as empresas a serem mais organizadas e lucrativas. Adora organizar ideias e negócios. 📩nataliasartorelli@vamosescrever.com.br